Hoje quando acordei pela amanhã fui sair para o trabalho, entrei no elevador atumultuado de gente, disse, bom dia! porém, ninguém cumprimentou-me, estavam todos conectados em seus celulares, enfim abri a porta do meu carro e fui ao trajeto para o trabalho. Parando ao semáforo, um senhor que aparentava ter entre70 a 80 anos, atravessava a faixa de pedestre, olho logo ao lado, havia um rapaz em seu carrão, conectado em seu celular e logo em seguida num piscar de olhos, o semáforo abriu e o senhor por um fio quase não foi atropelado.
Questiono-me estamos vivendo vidas que merecem ser vividas? Estamos tão preocupados com o nosso eu, com o nosso mundo, e esquecemos que a vida não resume em apenas um celular. Ficamos preso, no mundo, no tempo. Em nosso eu, querendo sempre ter algo, ser algo. Somos tratados pelo que temos e não pelo que somos. Vejo pessoas nunca contentes, querendo sempre um celular novo, querendo uma roupa nova, apesar de ter um guarda- roupa abarrotado. Qual Era que vivemos que o ter, passou a ser melhor do que ser? Qual Era que vivemos onde fingimos que não existem pessoas ao nosso lado, mas damos tanto valor aqueles amigos do whatsaap onde muitas vezes não sabe um décimo da nossa vida, passamos a vida acumulando coisas, com vidas vazias, solitárias e desprovidas de amor. Como o seu mundo solitário e individualismos da vida, passa a ser algo aterrorizante!
Já não escrevemos mais cartas, porque não nos convém. Não olhamos nossos filhos nos olhos, porque estamos tão ocupados e conectados em celulares, procurando sabe lá o que, não damos valor a presença de amigos ou familiares, porque mesmo em uma roda cercado de amigos fazemos uma fulga para o nosso eu, conectando ao mundo virtual, porque deixar de lado o celular irá ser uma tortura. Estamos sempre fazendo contas, desdobrando em equações para conseguirmos ser bonitos ao ego dos olhos dos outros. Que vaidade é essa onde o bonito e o belo é o que a pessoa tem?
Outro dia conversando com o meu marido, surgiu o assunto, por que as pessoas trocam tanto de carro, como se trocassem de roupa, meu marido como uma resposta inteligente disse: porque é com o carro que as pessoas conseguem mostrar a um curto espaço de tempo, um status onde muitas vezes nem possuem. Sim, quantas pessoas trabalham duro para pagar o financiamento do carro, desperdiçando vidas, e acumulando coisas, estamos querendo levar vidas importantes e por isso nos cercamos de riquezas e sorrisos de pessoas que o máximo que conhecem é o nosso nome. Mas, isso tão pouco importa quando se está em um carro zero importado, não é? Todavia, ser importante é ter uma vida que chegada ao fim, continua existindo nos sentimentos e lembranças importados por alguém.
Vivemos isolados e presos em nosso mundinho, protegidos pelo muro do individualismo, da intolerância, do egoísmo. Engolimos o nosso ego e o nosso orgulho quando o assunto é dinheiro, somos vendidos piores que mercadorias. Estamos sempre a procura de uma felicidade, falsificada e consumista.
Não dissemos mais eu te amo, apenas não me delete. Que mundo é este onde o whatsaap passou a ser uma regra de convívio social? onde aquela pessoa que está naquele momento em sua frente, passa a ser tão menos importante. Que mundo é este onde Deletação, ou bloqueio com pessoas em grupos de whatsaap, passaram a ser uma ofensa e difamação? Uma hipocrisia minha, continuar sendo o desrespeito entre as pessoas. Tão pouco me importo com celulares e redes sociais, tão pouco me importa com o whatsaap, onde muitos deveriam ter consciência de como usar e sua ética ao usar. Que mundo em que vivemos onde fingimos que o mundo ser plural, entretanto a diversidade não possui lugar diante do ódio e da intolerância.
Estamos sempre falando, correndo de um lado. Entretanto, não estamos dispostos a ouvir ninguém,não nos preocupamos com nada que não gire em torno do nosso ego, tampouco, existe vontade de colocar-se no lugar de outrem, buscando saber de sua dor. Estamos em plena era da conexão, mas vivemos isolados em nosso mundinho, protegidos pelos muros do individualismo e cobertos por uma rede wi- fi de egoísmo.
Portanto, volto à pergunta inicial: estamos levando vidas que merecem ser vividas? Acredito que não, já que em nome do novo Deus (conexão) já vem atrelado ao anjo chamado (consumismo). As coisas estão sendo amadas e as pessoas usadas, assim, servindo obedientemente a um estilo de vida individualizante e opressor, o que é mais divino a vida, a conexão entre duas pessoas, algo que deveria ser a nossa maior preocupação e a nossa maior riqueza, já que na vida o único troféu que ganhamos é ter o nosso "Eu dentro do Coração de outra pessoa."
(Autora: Carla Regina a blogueira)
(imagem autoria livre)
FIM!
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